Doriel Barros

Doriel Barros
Saloá

quinta-feira, 14 de março de 2019

Nasci em Saloá Pernambuco. Não havia Google e nem Wikipédia. Tinha as enciclopédias e as pesquisas de estudo eram feitas nas bibliotecas.


Estudei em escola pública. Éramos humildes, mas não tínhamos bolsa família, cesta básica, não havia Google e nem Wikipédia. Tinha as enciclopédias e as pesquisas de estudo eram feitas nas bibliotecas públicas.
SOU DO TEMPO EM QUE: O pão ou uma simples bolacha era a única opção de café da manhã, o famoso "Ki Suko" pó da morte era Cz$0,10, a frase:"peraí mãe" era pra não sair da rua e não do computador, apanhava de cinta, ficava de castigo e não me tornei um rebelde sem causa! Crianças tinham brinquedos e não celular. Crianças colecionavam figurinhas e não namorados ou namoradas. Batia figurinha e não nos colegas e nos professores (aliás professor era muito respeitado e admirado). Cantava o Hino Nacional com a mão no peito. Brincava de polícia e ladrão quando faltava luz, de amarelinha, esconde-esconde, queimada, passa anel, vôlei, rouba bandeira, jogava bolinha de gude, usava roupas infantis e não me vestia como adulto, soltava bombinha e pipa. Assistia Flintstones, A Caverna do Dragão, e ainda na casa do vizinho. O único pó que eu era viciado era o leite em pó com um pouquinho de açúcar e a única bebida era o Biotônico Fontoura (e/ou Emulsão de Scott). Tocava a campainha e corria. Tinha dever de casa para fazer e educação física de verdade. Não importava se meu amiguinho era negro, branco, pardo, pobre ou rico porque menino ou menina todo mundo brincava junto e como era bom! Saudades da época em que a chuva tinha cheiro de terra molhada e a felicidade tinha gosto de geladinho de abacate. A nossa única dor era quando usávamos merthiolate. Boas lembranças e a certeza de que éramos felizes !!!
Texto: Eliane Ferreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário